Porcelanato, granito, mármore, ladrilho hidráulico, cimento queimado... Confira as características e os prós e contras de cada um antes de decidir

O jardim vertical se soma ao azul do piso de ladrilho hidráulico e rouba a atenção nesta varanda projetada pela arquiteta Selma de Sá Moreira (Foto: Edu Castello/Casa e Jardim)
POR: Casa e Jardim
Quem está passando por uma obra ou reforma sabe que no meio do caminho surge uma série de dúvidas. Na hora de escolher o piso, por exemplo, são tantos materiais e opções que é natural ficar confuso e até se perder na loja de construção. Para ajudá-lo, selecionamos os principais revestimentos utilizados no piso e destacamos os prós e contras de cada um. Vale ressaltar que o melhor modelo é aquele que se encaixa no seu projeto e no seu bolso!
1. Cerâmica

A churrasqueira, já existente no imóvel, ganhou a companhia de cozinha gourmet, no projeto do escritório de arquitetura Contrera e Biarari. O piso escuro no chão disfarça a sujeira (Foto: Pedro Abude/Casa e Jardim)
Popular e de ótimo custo-benefício, este revestimento é um dos mais utilizados. Não à toa, já que ele apresenta inúmeras opções de cores, texturas e tamanhos para todos os bolsos. Muitos modelos são famosos por imitar outros materiais, como madeira e mármore. A durabilidade é outro forte da cerâmica, capaz aguentar firme por 20 anos ou mais. Para manter o piso limpo basta uma vassoura e um rodo com um pano úmido. Por se tratar de um piso frio, tende a deixar a casa mais gelada, sendo indicado o uso de tapetes em climas mais frios. Quando molhado, fica extremamente escorregadio, o que aumenta o risco de acidentes. Além disso, pede cuidado na instalação, já que as peças tendem a quebrar facilmente, trincando ou partindo-se.
2. Cimento queimado

Cozinha | Com linhas retas, os armários de pau-ferro, desenhados pelo escritório MM18 Arquiteture executados pela Visual Móbile Marcenaria, contrastam com os elementos de aço inox e com o piso de cimento queimado. A tubulação aparente embute a iluminação (Foto: André Klotz / Editora Globo)
Famoso entre os pisos monolíticos - aqueles contínuos, que não apresentam emendas entre si e proporcionam uma unidade estética -, o cimento queimado, em geral, é feito a partir de uma argamassa de cimento, areia e água. Ela é espalhada e nivelada sobre o contrapiso. Na sequência, o pó de cimento entra na finalização. Esse processo é conhecido como queima. Por fim, é preciso passar uma espátula para deixar o piso com um aspecto bem liso. Indicado para todos os tipos de ambientes, com ressalva para o box por ser uma área escorregadia, ele tem diferentes texturas e nuances de cinza, compondo muito bem o estilo industrial, mas pode ser usado também em outras cores - o pó xadrez dá a coloração e pode ser aplicado junto à mistura ou no momento da queimação. Eventualmente, podem aparecer pequenas fissuras e isso é normal. Você deve se preocupar apenas quando aparece uma trinca muito grande. Nesses casos, em geral, o piso deve ser refeito.
3. Cimento polimérico

O antigo piso de granito foi coberto por cimento polimérico, poupando tempo e gastos na reforma (Foto: Denilson Machado/ MCA Estúdio/Divulgação)
A diferença entre este e o cimento queimado é a adição de um polímero que traz elasticidade à massa e aumenta sua resistência. Consiste em uma película aplicada sobre o contrapiso ou até mesmo num piso que não seja liso. "Ele te dá um pouco mais de controle sobre o resultado. É possível escolher o aspecto de mais ou menos manchado", afirma o arquiteto Gustavo Calazans.
4. Granilite

Hall de entrada | Cocar indígena, acervo pessoal. Cabeça cinza em cimento da Dpot Objeto. Aparador em jacarandá, Sergio Rodrigues, adquirido em Miguel Pereira no Rio de Janeiro. Revestimento do piso e das paredes em granilite, desenvolvido pela Casa Franceza. Projeto da arquiteta Flavia Cardim e do designer de interiores Alison Limontt (Foto: Divulgação)
Feito a partir de uma mistura de cimento branco ou comum, areia e água, o granilite leva pedras de diferentes tamanhos como granito, mármore, quartzo e outros minerais como vidro. Este revestimento, que fez muito sucesso no século passado e ressurge agora como forte tendência, tem cores e texturas variadas. Além do piso, pode aplicado em bancadas, paredes e tampos de mesas. O material é encontrado em sua versão polida, ideal para os interiores, e lavado ou fulgê, em que as irregularidades dos grânulos são mantidas, garantindo uma superfície áspera e antiderrapante, ideal para revestir rampas, escadas e outras áreas externas. Como podem ser feitos a partir de cacos ou sobras de pisos, o granilite tende a ser mais barato que seus precursores, mas a mão de obra especializada para sua aplicação pode diminuir consideravelmente sua economia. A boa notícia: se bem preparado e aplicado, pode durar mais de 40 anos.
5. Granito

A área de circulação interna recebeu bambus hachikus, mas desta vez com filodendros e singônios na base. As espécies foram plantadas em nichos criados no piso de granito branco aqualux (Foto: Leonardo Finotti e Luis Gomes)
O granito é uma rocha natural composta essencialmente de quartzo, mica e feldspato. Tem baixo índice de porosidade e demonstra alta resistência a desgastes, riscos e impactos. É uma ótima opção para ambientes interno e externos, considerando qualidade, custo-benefício e fácil manutenção. Vale destacar que as cores mais claras tendem a ser mais porosas, assim, se a limpeza não for diária, a pedra vai manchar mais facilmente. Não tem tonalidade homogênea, já que apresenta aparência granulada, com pontos pretos em sua composição.
6. Ladrilho hidráulico

Para realizar o desejo de uma banheira no espaço de fotos, o piso de madeira deu lugar ao ladrilho hidráulico rosa. Projeto da arquiteta Renata Gaia (Foto: Lufe Gomes/Divulgação)
Com presença constante nos antigos palácios do século 19, o ladrilho hidráulico foi criado para expressar a arte e a religiosidade das construções. Totalmente artesanais, são feitos um a um, a partir de uma combinação de pó de mármore, cimento e corantes. Para a peça ficar pronta, é preciso deixá-la por 24 horas em uma prensa e mais 8 horas submersa em água. Por causa de seu processo de produção artesanal, seu custo costuma ser mais elevado. É muito resistente a impactos e desgastes, tendo portanto ampla durabilidade. Por ser um material poroso, necessita de impermeabilização e de uma manutenção com cera incolor líquida para mantê-lo conservado. Muito usado em projetos de décor para levar cor e estilo aos ambientes.
7. Laminado

Piso laminado Gran Elegance Concreto, da Eucatex (Foto: Divulgação)
O piso laminado é composto por diversas camadas de derivados da madeira, em larguras e comprimentos variados. Costuma ser uma opção ecológica, já que a maioria dos fabricantes utiliza madeiras reflorestadas para sua produção. Sua cobertura é protegida por uma resina melamínica e é possível encontrar diversas opções de cores, acabamentos e estampas. Ele oferece a comodidade de ser usado no dia seguinte à sua instalação, assim como de ser retirado em caso de mudança. Pode ser instalado com cola ou sistema de encaixe, desde que o contrapiso esteja nivelado. Também não é apropriado expô-lo ao sol e apresenta baixa resistência à água.
8. Limestone

Piso de limestone cinza instalado na cobertura (Foto: Divulgação)
Rocha natural formada por grãos de calcário, o limestone é um material nobre, que não absorve calor, tem elevada durabilidade e aspecto homogêneo. Tem baixa resistência a impactos e alto grau de absorção de líquidos. Por isso, não é recomendado para áreas úmidas de cozinhas e banheiros. Para melhor aproveitamento, é indicado selar a pedra com a aplicação de produtos hidrofugantes.
9. Madeira

Piso de madeira escura, que apresenta mais durabilidade, compõe com buffet embutido no móvel desenhado pelo escritório Kika Tiengo Arquitetura (Foto: Divulgação)
Para começar a entender um pouco sobre o revestimento é preciso saber que seu aspecto pode variar dependendo do tipo de madeira e de seu tratamento. Existem três principais categorias: assoalho, piso pronto e tacos. As principais diferenças estão no comprimento das tábuas e na maneira da instalação, sendo que os tacos precisam ser colocados um a um e o assoalho oferece a possibilidade de ser aplicado com pregos, parafusos ou cola. O piso pronto e o assoalho deixam o ambiente mais agradável devido a sensibilidade térmica que projetam aos espaços. Para escolher, atente-se ao lugar em que será aplicado, pois há diferença no brilho e na durabilidade de cada um. E é interessante lembrar que quanto mais escura a madeira, mais dura, ou seja, perfeita para áreas de grande circulação.
10. Pastilhas

No banheiro, piso de pastilhas Atlas Hexagonal, à venda na Soluzione Revestimentos. Pia da Vallve, e torneira da Deca (Foto: Salvadore Bussacca/Divulgação)
Pequenas, mas cheias de charme, as pastilhas são perfeitas para trazer destaque a qualquer ambiente. Feitas geralmente de vidro, porcelana ou cerâmica, medem até 5 x 5 cm e apresentam a seu favor durabilidade e facilidade de limpeza. Quando utilizadas no piso, as pastilhas podem dar um ar mais retrô ao ambiente. Contudo, é preciso considerar o tráfego daquele ambiente antes de optar pelo uso, já que este não é um produto que possui ampla resistência ao desgaste superficial. “Costumamos indicar apenas o uso residencial de pastilhas no piso, de preferência em áreas de pouco tráfego, como closets e banheiros, para evitar riscos”, afirma Alexandre Moscardini, gerente comercial da Atlas.
11. Porcelanato

Piso em porcelanato Bianco Covelano da Portobello, tijolinho branco da Kyoto Pedras, rack da Trend Casual, sofá, mesa, cadeiras e aparador da Breton (Foto: Maura Mello/ Divulgação)
Dentre os revestimentos cerâmicos, o porcelanato destaca-se no mercado mundial. O revestimento feito a partir de uma mistura de argilas, feldspatos, quartzos e outros materiais é submetido a uma temperatura de mais de 1.300 ºC em seu processo de fabricação. O resultado é uma peça compacta, rígida e homogênea, que leva um corte totalmente reto. Sua fama deve-se à grande resistência ao desgaste, tornando-o ideal para pisos, e por ser uma alternativa esteticamente agradável a materiais mais nobres, como o granito e o mármore. A grande vantagem do porcelanato é não precisar de manutenção, por ser um revestimento extremamente resistente. Agora, quando danificado, não tem conserto.
12. Mármore

A varanda possui piso de mármore travertino romano bruto. Vaso da 6F Decorações (Foto: Denílson Machado - MCA Estúdio/Divulgação )
Rocha natural originada de calcário exposto a altas temperaturas e pressão, o mármore tem aparência mais homogênea que o granito, com veios expostos, e pode ser encontrado em muitas variações de cores e texturas. Com conotação sofisticada, o material deve ser usado preferencialmente em ambientes internos, já que em áreas externas pode apresentar alterações de cor graças à ação do tempo, dos raios solares e da poluição. Também não é indicado em áreas de tráfego intenso, pois desgasta-se mais facilmente.
13. Vinílico

O Living foi revestido com piso vinílico Durafloo e placas de concreto da Decora, que dão tom industrial à decoração. Cadeiras Helga da mesa de jantar do Estúdio Bola. Quadro “A Peruana”, da fotógrafa Mana Gollo. Projeto das arquitetas Carolina Danylczuk e Lisa Zimmerlin, da UNIC Arquitetura (Foto: Eduardo Macarios/Divulgação)
Feito com cloreto de vinila ou PVC e comercializado no formato de manta ou de placas, piso vinílico ajuda a abafar ruídos, como dos sapatos e dos pets correndo, e a manter uma temperatura agradável.Há diversas opções de cores e texturas e pode ser aplicado em contrapisos ou em superfícies lisas, como cerâmica ou pedras polidas, mas não é recomendável sobre materiais que possam apodrecer com maior facilidade, como a madeira. É antialérgico, tem alta durabilidade e sua colocação é rápida e fácil. O contato intenso com o sol pode fazer com que ele desbote. Esse material não pode ficar submerso em água, por isso, não deve ser aplicado em banheiros e áreas externas.